Processo de Adapatação

O desenvolvimento cognitivo é um processo dinâmico que consiste em duas funções inatas: adaptação e organização de adaptação ao meio.

    Piaget, influenciado pela biologia, via o desenvolvimento cognitivo à imagem dos processos biológicos. A necessidade de conhecer é um processo inato, o desenvolvimento cognitivo é uma forma de adaptação ao meio; esta adaptação cognitiva ao meio implica mudanças estruturais e funcionais que aumentem as probabilidades de sobrevivência do organismo individual.

    Os esquemas (padrões de comportamento e de pensamento, que organizam a nossa interacção com o meio. São padrões de acção e estruturas mentais que, organizando a nossa experiência, estão envolvidas na aquisição de conhecimentos) mudam (ao longo dos quatro estádios) constantemente, consolidando-se ou transformando-se noutros mais complexos, adaptando o sujeito ao meio. Essa adaptação implica a intervenção combinada de dois processos: a assimilação e a acomodação.

A assimilação é um processo adaptativo que consiste em incorporar novas informações nos esquemas existentes.

A acomodação é um processo adaptativo que consiste em ajustar os esquemas existentes às novas informações e experiências, modificando-os.

    O desenvolvimento cognitivo tem como fundamento o desejo natural de assegurar um estado de equilíbrio interno face a um meio em constante transformação. A procura ou tentativa de obter esse estado de equilíbrio denomina-se equilibração (motor do desenvolvimento intelectual). O equilíbrio consiste em procurar estabelecer um equilíbrio entra assimilação e acomodação.

    Excessiva assimilação e acomodação impedem ou perturbam o desenvolvimento cognitivo. Periodicamente, somente novos esquemas ou estruturas permitem que assimilemos ou acomodemos de modo relativamente equilibrado. O desejo de equilibrismo move o desenvolvimento, porque nos conduz a patamares superiores de adaptação ao real.

    O desenvolvimento é, assim, de natureza adaptativa e interaccionista.